Tendência dos wearables como suporte no cuidado com a saúde

Wearables

Cada vez mais populares, os dispositivos wearables demonstram potencial para o gerenciamento do bem-estar e da qualidade de vida

Vestir tecnologia tem se tornado um hábito impulsionado pelo crescente número de dispositivos ofertados no mercado e que são conhecidos como ‘wearables’ (dispositivos eletrônicos “vestíveis”). Além da funcionalidade de acessório, esses itens se caracterizam pela conexão com outros aparelhos ou à internet. O engenheiro Leonardo Reis conta que sua motivação pela utilização desses aparelhos é focada no monitoramento da própria saúde.

“Tenho apelo por health wearables, tanto é que hoje não tiro mais meu Apple Watch, justamente pelo monitoramento que ele proporciona. Só não uso para monitorar meu sono porque preciso carregá-lo”, conta.

Para além dos dados que são fornecidos pelos usuários, as gerações mais recentes de gadgets (dispositivos eletrônicos portáteis) vão trazendo cada vez mais recursos que oportunizam às pessoas controlarem suas atividades físicas, acompanharem perda de peso, entre outros, o que instiga o uso. “Ao receber notificações em tempo real sobre nossa atividade, como lembretes para ficar em pé ou andar, os wearables também podem servir como fonte de incentivo e motivação”, observa o médico especialista pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e professor da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná, Rubens de Fraga Júnior.

No caso dos atletas profissionais, por exemplo, a tecnologia vestível tem aplicações em monitoramento e feedback simultâneos para os atletas durante as competições. Exemplos de tecnologia vestível no esporte incluem acelerômetros, pedômetros e GPS, que podem ser usados para medir o gasto de energia e o padrão de movimento de um atleta.

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Segundo observa Fraga, os wearables modernizaram os pedômetros, e além de rastrearem o comportamento relacionado à saúde, como frequência cardíaca, calorias e outras, hoje acabam agregando outras funcionalidades muito semelhantes aos relógios inteligentes, ou seja, concentram outras notificações. “Os rastreadores de condicionamento físico tendem a ser mais baratos, pois têm comparativamente menos recursos e se concentram na funcionalidade do que no apelo estético. À medida que esses aparelhos somam recursos semelhantes aos smartwatches, fica a reflexão para as empresas que isso pode representar uma distração no lugar de benefício aos usuários”, aponta o médico.

Outra novidade são as roupas inteligentes, que também estão alinhadas ao conceito de mensuração para cuidados médicos e melhoria do estilo de vida. “A Samsung conduz pesquisas extensas nesse setor e já registrou várias patentes promissoras, que se autorizadas podem, em breve, resultar em camisetas inteligentes capazes de diagnosticar doenças respiratórias e tênis que monitoram a forma de corrida”, exemplifica Fraga.

Além do que está por vir, as prateleiras já oferecem aos consumidores algumas opções, como as meias Siren, que detectam o desenvolvimento de úlceras nos pés. Há também as calças inteligentes Nadi X, da Wearable X, voltadas aos praticantes de ioga e que vibram para melhorar os movimentos durante as aulas. E os maiôs inteligentes Naviano, que alertam quando o usuário deve aplicar protetor solar.

Implantáveis

A tecnologia também está presente em versões ingeríveis. “A empresa Proteus produz comprimidos contendo sensores que podem monitorar a pressão arterial e outras medidas de saúde. Após o paciente engolir os comprimidos, ele pode usar um dispositivo externo para monitorar facilmente os dados gerados de dentro do corpo. Em um futuro próximo, tatuagens inteligentes também podem estar disponíveis para pacientes que desejam lembrar facilmente de levar seus dispositivos de monitoramento sempre junto”, relata o médico geriatra. Parece que o caminho será mesmo definir qual dessas versões vestíveis estão mais alinhadas ao perfil individual e começar a separar um espaço no armário e no bolso.

As formas de vestir a tecnologia

A cada dia surgem novas possibilidades que vêm trazendo qualidade de vida e bem-estar às pessoas. Muitos sons passaram despercebidos pela infância, adolescência e até a vida adulta da contadora Suzana Paula Maia Bastos Miers, que hoje está com 42 anos. Desde criança, tinha dificuldades em escutar e, somente aos 15 anos, após realizar uma audiometria, obteve o diagnóstico de uma perda auditiva bilateral neurossensorial.

Como em princípio não existe uma cirurgia para correção, a opção era o uso de aparelho auditivo. Na época, a adaptação foi difícil, primeiro porque Suzana nunca tinha escutado muitos dos sons do ambiente e, segundo, porque os aparelhos na época tinham limitações e apresentavam muitos chiados, o que acabou por atormentá-la, fazendo com que deixasse de usar. “Pelo custo e por isso não afetar tanto no bem-estar e na autoestima, acabei deixando de lado. Isso mudou mais tarde porque eu engravidei e pensava que afetaria a relação com a minha filha, que hoje tem 9 anos”, compartilha.

Nesse momento, os aparelhos auditivos já tinham avançado e a experiência foi muito mais satisfatória, o que só vem melhorando. “Há pouco tempo, meu aparelho estava no limite da minha perda auditiva e tive que adquirir um novo. Percebi que havia muitas novas tecnologias, e o modelo que optei, hoje, tem conexão Bluetooth com acesso ao celular. Conecto-me também com a TV, o que me permite, por exemplo, regular o volume conforme
minha necessidade, sem interferir nas pessoas que estão junto comigo. Acho isso fantástico!”, relata Suzana. Ela destaca que esse recurso também facilitou muito o atendimento telefônico, além do relacionamento com seus familiares.

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